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Biologia Subterrânea

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AMBLYPYGI EM CAVERNAS BRASILEIRAS

Os amblipígios são freqüentemente confundidos com aranhas por pessoas leigas e aparentam ser perigosos para maioria do público. Estes animais, de aparência assustadora para alguns, não apresentam qualquer ameaça para os seres humanos, visto que não possuem veneno e se comportam como predadores de insetos, outros aracnídeos e pequenos vertebrados. Os Amblypygi possuem o corpo achatado, grandes pedipalpos providos de espinhos e o primeiro par de pernas extremamente alongado e com função sensitiva. Eles ocupam diversos ambientes, tais como florestas tropicais, ambientes áridos e cavernas.

No Brasil estão presentes três gêneros de Amblypygi, referentes às famílias Phrynichidae, Phrynidae e Charinidae. O gênero Trichodamon pertence à primeira família citada e compreende apenas duas espécies. Os Trichodamon têm ocorrência em muitas cavernas do Brasil, com destaque para as do nordeste e centro-oeste brasileiro, além de norte de Minas Gerais. Os representantes deste gênero são conhecidos em algumas regiões do nordeste como “aranha trator”, devido ao seu grande tamanho corporal. Os Heterophrynus, incluídos em Phrynidae, são animais com grandes e afiados espinhos nos pedipalpos. Eles possuem espécies encontradas em cavernas do nordeste, sudeste e centro-norte do Brasil. Já o gênero Charinus, pertencente à última família citada, são amblipígios de pequeno tamanho corporal. Eles apresentam quatro das suas oito espécies descritas com ocorrência em ambientes cavernícolas no nordeste e sudeste, sendo duas delas consideradas as únicas espécies de Amblypygi troglóbias do Brasil. Charinus ainda possui muitas espécies de cavernas sendo descritas.

As cavernas representam ambientes com condições propícias para os amblipígios, os quais ocupam estes habitats por quase todo o país. Eles atuam como um dos maiores predadores nestes ambientes, dado que a fauna de cavidades subterrâneas compreende em sua maioria insetos e outros aracnídeos. Em razão de possuírem hábitos noturnos, os amblipígios podem também utilizar as cavernas como abrigo durante o dia.

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