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Biodiversidade em cavernas ferruginosas Brasileiras
O potencial espeleológico brasileiro é indiscutível. Estima-se que possam existir mais de 150.000 cavernas em todo País, das quais pouco mais de 11.000 encontram-se cadastradas. Destas, apenas uma parte já foi inventariada biologicamente. Além disso, estudos biológicos ou ecológicos mais detalhados foram realizados em uma quantidade bem menor de cavernas. Os estudos biológicos em cavernas do Brasil se concentram em cavidades carbonáticas, embora existam cavernas associadas a diversas litologias no País. Poucos estudos abrangem outros sistemas como quartzitos, arenitos e granitos. Cavernas associadas a campos ferruginosos foram, até poucos anos, “ignoradas” em estudos bioespeleológicos. Embora se soubesse da existência de algumas destas cavidades, suas dimensões, em geral reduzidas, levavam a uma interpretação (errônea) de que elas pudessem ser pouco diversas biologicamente. Recentes estudos desenvolvidos em algumas cavernas de minério de ferro têm revelado, ao contrário do que se poderia imaginar, comunidades extremamente complexas vivendo sob condições bastante peculiares. Nestas comunidades, têm sido encontradas muitas espécies troglomórficas, que evoluíram nestes sistemas. Tais estudos têm mostrado que cavernas ferruginosas apresentam-se como ambientes variáveis, mas com elevado potencial ao estabelecimento de comunidades biológicas. Neste contexto, o objetivo deste projeto (de longa duração) é compreender a estrutura e funcionamento das comunidades associadas a cavernas ferruginosas brasileiras. Para tal, tem sido amostradas inúmeras cavernas no quadrilátero ferrífero e na região de Carajás, as duas mais importantes áreas ferríferas brasileiras.