Finalizados
Dinâmica trófica em cavernas do cerrado do Brasil central.
Pesquisas ecológicas sobre invertebrados em cavernas brasileiras foram feitas principalmente em cavernas calcárias. Contudo, estas pesquisas não avaliaram a influencia da disponibilidade detritos e das taxas de decomposição na estrutura de comunidades de invertebrados. Pesquisas ecológicas feitas em cavernas de outras regiões do mundo abordam principalmente a decomposição orgânica em ambientes aquáticos. O presente trabalho avaliou a produção primária e secundária, as taxas de importação e consumo de detritos alóctones e a estrutura da mesofauna nos ambientes terrestre e aquático da caverna calcária " Lapa da Córrego dos Porcos " (LCP), Damianópolis, Goiás. A água do riacho carrega grandes quantidades de detritos vegetais para essa caverna. Folhas e troncos foram movidos apenas pela ação dos fluxos mais intensos de água. Em comparação com o período chuvoso, menor quantidade de matéria orgânica foi importada na época da seca. No entanto, na estação chuvosa, o aumento da vazão lava grande parte do material orgânico particulado grosso depositado no sedimento do riacho. Consequentemente, os detritos são acumulados em maior quantidade nos sedimentos do riacho hipógeo na estação seca. Assim, pulsos de inundação atuam lavando os detritos armazenados e alteram os processos de colonização e decomposição da matéria orgânica. Além disto, nesta caverna, raízes submersas são alimentos e microhabitats aos invertebrados aquáticos. Rápidas taxas de decomposição de detritos no riacho foram atribuídas, principalmente, à força abrasiva dos fluxos de água. As baixas taxas de decomposição de detritos vegetais no ambiente terrestre da caverna podem estar relacionadas com as condições desfavoráveis de temperatura e à baixa umidade no solo. Adicionalmente, fezes de morcegos foi o principal alimento para os invertebrados do ambiente terrestre. O guano de morcego influencia a composição, distribuição e abundância de invertebrados terrestres.